São Paulo, maior potência econômica do Brasil e da América Latina, tem se consolidado como um polo tecnológico de destaque. Nos últimos dez anos, o número de empresas de tecnologia na capital paulista cresceu 60%, passando de 211 mil em 2014 para 340 mil em 2024, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda. Este crescimento reflete a capacidade da cidade de atrair investimentos e abrigar gigantes globais da inovação.
Apesar do crescimento em toda a cidade, a concentração de empresas de tecnologia ainda se dá em áreas específicas. Cinco distritos – Itaim Bibi, Bela Vista, Jardim Paulistano, Pinheiros e Vila Mariana – abrigam 21% dos CNPJs do setor. A Avenida Brigadeiro Faria Lima, em particular, é um endereço conhecido por grandes empresas como Google, Facebook, Amazon e Netflix.
O impacto econômico desse crescimento é significativo. A arrecadação municipal com empresas de tecnologia aumentou 470% entre 2013 e 2023. Em 2024, a expectativa é que o setor represente cerca de 20% da arrecadação de ISS do município, com uma projeção de arrecadação de até R$ 6 bilhões.
No entanto, especialistas apontam desafios para o futuro. A formação de mão de obra desenvolvida é crucial para sustentar o crescimento em áreas como inteligência artificial e serviços sofisticados. A educação é vista como um gargalo que precisa ser superado para que a cidade continue a prosperar no setor tecnológico.
Leonardo Monte, presidente da Associação Brasileira de Corporate Venture Capital e Open Innovation, destaca que a simplificação burocrática tem facilitado a criação de startups em São Paulo. A cidade lidera o ranking nacional com 3,7 mil startups, muito à frente de outras capitais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O mercado financeiro, outro pilar da economia paulistana, também impulsionou o setor tecnológico. A digitalização do sistema bancário brasileiro gerou oportunidades para empresas de soluções tecnológicas, consolidando São Paulo como um centro de inovação financeira.
A descentralização das empresas de tecnologia é um desafio adicional. Enquanto regiões centrais como a Faria Lima prosperam, distritos periféricos como Marsilac têm pouca presença no setor. A infraestrutura e a conectividade são essenciais para integrar essas áreas ao centro econômico da cidade.
Por fim, a colaboração entre o setor privado, as universidades e o governo municipal é vista como uma estratégia para superar a deficiência de mão de obra alcançada. Iniciativas como a da Universidade de São Paulo são fundamentais para fortalecer o ecossistema de inovação e garantir que São Paulo continue a ser um líder tecnológico na América Latina.