A corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo está acirrada, com menos de um mês para o primeiro turno. As pesquisas eleitorais, realizadas por institutos renomados, apresentaram resultados variados sobre as intenções de voto dos paulistanos, aumentando a tensão na disputa. Especialistas afirmam que não há um líder claro, mas destacam que Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) estão na disputa pelas duas vagas do segundo turno.
Os levantamentos do Datafolha indicam um empate técnico entre Nunes e Boulos, com Marçal em terceiro. Na pesquisa mais recente, Nunes aparece com 27%, Boulos com 26%, e Marçal com 19%. Em contrapartida, a Quaest mostra um cenário mais competitivo, com os três candidatos empatados dentro da margem de erro: Nunes com 24%, Boulos com 23% e Marçal com 20%.
A pesquisa Atlas apresenta um panorama diferente, com Boulos liderando com 28%, seguido de perto por Marçal com 24,4%, enquanto Nunes aparece em terceiro com 20,1%. Raphael Nishimura, estatístico da Universidade de Michigan, explica que as diferenças nos resultados são necessárias às metodologias específicas impostas por cada instituto.
Datafolha e Quaest realizam pesquisas presenciais, mas com abordagens diferentes: o primeiro nas ruas e o segundo em visitas domiciliares. Já o Atlas utiliza pesquisas online, convidando internautas a responderem questionários durante a navegação. Nishimura destaca que, apesar das discrepâncias, os resultados convergem dentro das margens de erro, mas as metodologias distintas podem explicar as variações.
A pesquisa online enfrenta limitações, como a dificuldade de captar votos de eleições que não acessam a internet. Por outro lado, pesquisas domiciliares não podem alcançar residências de alto padrão. Além disso, a teoria do “voto envergonhado” sugere que os candidatos polêmicos não podem responder honestamente em pesquisas presenciais, mas essa teoria carece de evidências empíricas sólidas.
Nishimura ressalta que as pesquisas são um retrato do momento e que as intenções de voto podem mudar até o dia da eleição. A transparência na metodologia é crucial para avaliar a qualidade de um instituto. Uma boa pesquisa deve refletir sobre as características demográficas da população, entrevistando pessoas de diferentes perfis.
Agregadores de pesquisa, que calculam médias de diferentes levantamentos, estão ganhando espaço no Brasil. Eles podem ajudar a captar melhor a tendência eleitoral, mas é essencial que tenham uma metodologia robusta. A quantidade limitada de pesquisas no Brasil é um desafio para a eficácia desses agregadores, segundo especialistas.