Prefeitura de SP prevê criação de ‘botão de alerta’ para escolas municipais e ampliação da ronda escolar

Bruce Petersons
Bruce Petersons
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A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (10) uma série de medidas para ampliar a segurança das escolas municipais.

As ações ocorrem após o ataque a uma escola estadual na Zona Sul da capital, que deixou uma professora morta e outras quatro pessoas feridas.

Dentre elas, está previsto a criação de um botão de alerta para que as unidades possam acionar a Guarda Civil Metropolitana em situação de violência ou emergência. O sistema funcionará por meio de um software. Uma vez acionado, viaturas da PM, GCM e do Samu serão enviadas à unidade.

Segundo o secretário municipal de inovação e tecnologia, Bruno Lima, o recurso do botão de alerta será lançado na próxima quarta-feira, dia 19 de abril.

A gestão municipal disse ainda que irá ampliar em 50% o número de viaturas da GCM para a ronda escolar das escolas municipais. O trabalho atualmente é feito por 64 unidades.

Também está previsto a abertura de 7 mil vagas para o POT – Mães Guardiãs para ampliar o relacionamento entre a escola e a comunidade.

O ataque
No último dia 27, a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas após serem esfaqueadas por um aluno de 13 anos. O agressor, que estudava no oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras e está internado em uma unidade da Fundação Casa.

A polícia investiga a participação de outros dois alunos no ataque e a Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elisabete.

Na porta da instituição, ainda é possível ver o altar montado pelos alunos em homenagem à docente. Também colocaram cruzes, flores, mensagens e um cartaz com a mensagem “livros sim, armas não!”.

A professora Beth não tinha completado nem dois meses de trabalho na Escola Estadual Thomazia Montoro quando foi esfaqueada pelas costas por um aluno na sala de aula. O assassino também estava na escola havia pouco tempo, desde o início de março.

Na escola anterior, o comportamento agressivo e as ameaças de atos violentos foram notados e preocuparam professores e pais. A direção registrou um boletim de ocorrência.

Com poucos dias na nova escola, ele brigou com os novos colegas. Uma dessas brigas, foi Beth quem separou. A diretora chamou o adolescente para uma conversa, que estava agendada para a manhã da segunda-feira, o dia do ataque.

Investigação
A Justiça concedeu a quebra de sigilo do celular, do computador e do videogame Xbox do adolescente que matou Elizabeth.

O delegado do 34º DP levou os equipamentos à sede do Decap, departamento que administra as delegacias da capital, para fazer a extração dos dados.

O procedimento é feito por um equipamento israelense, com software que busca em aparelhos eletrônicos de comunicação os arquivos e informações em períodos determinados, mesmo que tenham sido apagados.

A polícia não sabe dizer quando tempo levará para fazer a extração dos dados. Para a polícia, o acesso às informações poderá comprovar ou descartar a participação de outras pessoas no plano do ataque. Os investigadores acreditam que o aluno teve incentivo ou ajuda de duas pessoas.

Psiquiatras
O adolescente acusado de matar a professora e ferir outras quatro pessoas foi avaliado por uma equipe de peritos, com três psiquiatras (sendo um deles também psicólogo) e um médico clínico geral.

O adolescente segue internado provisoriamente em uma unidade da Fundação CASA, após a justiça acatar um pedido do MP da capital.

Ele pode ficar internado provisoriamente por, no máximo, 45 dias, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Após sentença, o jovem poderá cumprir medida socioeducativa de até 3 anos.

“O contexto dos autos revela envolvimento do adolescente em ato infracional equiparado a crimes punidos com reclusão, possuindo capacidade de corromper sua formação moral e/ou intelectual e de colocá-lo em risco de lesão física grave”, justificou o juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Taboão da Serra.

A Justiça também acatou o pedido de representação enviada pelo Ministério Público de Taboão da Serra, na região metropolitana. Na nova denúncia, a Promotoria analisou dois possíveis atos infracionais equiparados aos crimes de ameaça e extorsão que teriam sido cometidos pelo adolescente no início de fevereiro, quase dois meses antes do ataque ocorrido nesta semana, contra um garoto de sua antiga escola, a E.E. Prof. Roberto José Pacheco.

O estudante foi ouvido no dia 27 pelo Ministério Público de São Paulo.

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